Carlos Decotelli não é mais ministro da educação

Carlos Decotelli não é mais ministro da educação

30 de junho de 2020 0 Por Ivanilde Marques

Nomeado para o Ministério da Educação no último dia 25, Carlos Alberto Decotelli da Silva entregou sua carta de demissão ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde desta terça-feira (30). O economista nem chegou a tomar posse depois que seu currículo passou a ser questionado pelas instituições onde ele afirmou feito doutorado e pós-doutorado. Seu mestrado também é alvo de investigação de plágio.

O professor Carlos Alberto Decotelli não é mais ministro da Educação. Ele encontrou o presidente Jair Bolsonaro na tarde desta terça-feira e pediu demissão. O ex-ministro conversou com Bolsonaro, que aceitou o pedido. Decotelli teve uma passagem relâmpago pelo MEC, ficando no cargo menos de uma semana. A repercussão negativa sobre o fato do seu currículo conter informações falsas e a acusação de plágio em sua dissertação de mestrado tornaram sua permanência no cargo insustentável.

Após o anúncio da nomeação, o presidente postou nas  redes sociais que o escolhido para o MEC era “bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, Mestre pela FGV, Doutor pela Universidade de Rosário, Argentina, e pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha”.

A partir de então, seguiu-se uma série de descobertas sobre inconsistências no currículo Lattes de Decotelli. A cada questionamento, ele atualizava o perfil, excluindo as informações contestadas.

No final da tarde de segunda-feira, o ex-ministro se reuniu com o presidente e, após a conversa, disse que continuava no cargo. Apesar disso, desde ontem, Bolsonaro estudava nomes para substituí-lo. A situação de Decotelli ficou ainda mais crítica com a divulgação de uma nota pela Fundação Getulio Vargas (FGV) negando que ele tenha sido professor das escolas da instituição. Segundo a fundação, ele atuou como professor colaborador “apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos”.

Anderson Correia, ex-presidente da Capes e atual reitor do ITA, é um dos nomes que ganharam força, nesta terça-feira, para ocupar o posto deixado por Decotelli. Além da decisão do presidente, o atual reitor do ITA aguardaria também um aval do Ministério da Defesa para deixar seu cargo no ITA e comandar o MEC.